17/10/2008

Um regresso à Festa

Foto: Festa do Avante 08

Ao rever fotos da Festa do Avante...

Uma das linhas de ataque à Festa do Avante consistia em dizer que era certo que lá estava muita gente, mas poucos por motivos políticos.

Resta dizer que nesta foto não cabem todos aqueles que viram/ouviram o Comício de Encerramento da Festa.

01/10/2008

A Cruzada

Hoje, tive algum tempo disponível (leia-se, em Greve) para navegar pela net e conseguir colocar algumas leituras em dia.

Das leituras de hoje, sublinho um aspecto que me parece significativo: a par das notícias sobre a crise, sobre a falência dos mitos capitalistas do “fim da história” e do sacrossanto mercado como receita para todas as maleitas, pequenos apontamentos sobre a luta dos trabalhadores portugueses e a jornada nacional de luta convocada pela CGTP-IN, os órgãos de comunicação social portugueses dão-nos conta de um esforço enorme de promoção do anticomunismo.

Não resisto a dar alguns exemplos deste suado empreendimento que tem como alvo o PCP:
O Expresso Online brinda-nos com duas reportagens.

Uma sobre o lançamento do livro “Carlucci vs. Kissinger", que diz revelar alguns segredos da actuação dos Estados Unidos durante a revolução portuguesa, em cuja apresentação participou Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República que, de acordo com o Expresso, «sublinhou "o papel central" atribuído por Carlucci "a Mário Soares e ao Partido Socialista", bem como o seu estreito relacionamento com a Igreja Católica», papel central na contra-revolução e na destruição das conquistas do Povo e dos Trabalhadores Portugueses. Também, de acordo com Carlucci, as «razões do sucesso na luta contra o comunismo e pela democracia, "devem ser concedidos ao povo português e a Mário"».

A outra, sobre o incansável Pacheco Pereira, desta vez em Maputo, a espalhar a sua sabedoria e «história», afirmando que o «PCP foi "tragédia" no processo de descolonização», e mais, de acordo com palestrante: «"Uma das heranças que o PCP e a União Soviética deixaram, em muitos aspectos trágica, foram partidos e regimes comunistas. Basta olhar para a bandeira de Angola, para a bandeira de Moçambique para ver a simbologia comunista, uma versão da foice e do martelo"», é de facto trágico, digo eu!

Tão bem que esses Países estavam governados pela União Nacional e pela bandeira portuguesa.

Descontente com as bandeiras destes Países, certamente desenhadas pelo Comité Central do PCP, Pacheco Pereira dá-nos a conhecer as razões do seu pensamento, ao contrário que se possa julgar não é anticomunista, é ignorante, confessando esse facto cada vez que exige a abertura dos arquivos partidários.

Se o PCP abrisse os arquivos, talvez o intelectual ex-esquerdista descobrisse que tragédia foi o colonialismo fascista, a guerra colonial, a brutal exploração e opressão a que esses povos foram sujeitos. Assim, não se pode pedir mais ao pobre «historiador».

Para terminar, de acordo com a Lusa, «Daniel Serrão publica livro onde acusa PCP de "saneamento político" em 1975», o médico, servindo-se das instalações da Ordem dos Médicos, desafia o PCP a apresentar um pedido desculpas ou a provar inocência das acusações feitas.

Daniel Serrão, mais uma vítima do PCP, «"Assassinado, forçado a sair do país, demitido ou submetido", garante Daniel Serrão que "essas quatro vias foram consideradas seriamente", tudo porque, assegura, se opôs à alegada tentativa comunista para tomar conta da FMP e do Hospital de S. João».

Se procurar um pouco mais, certamente, encontrarei mais e, talvez mais interessantes, apontamentos sobre o perigoso trabalho levado a cabo pelos «democratas» nessa sua cruzada contra o perigo vermelho.

22/09/2008

Deus prestes a aderir à CGTP-IN?

«Não há dúvida que Deus tem de ser Deus só para conseguir suportar ser Deus.»
«Lamentar o mundo e a sociedade, desdenhar da obra e Autor é, senão grosseria, pelo menos tolice.»
«Alguém fala dos direitos de Deus?»


João César das Neves, para quem "não há almoços grátis", no Diário de Notícias, assina este texto que me deixa com algumas interrogações: deverá Deus sindicalizar-se? Deverá juntar-se a uma Associação de Senhorios Ausentes? Será necessário tomar a iniciativa e fundar uma associação ou liga para a defesa de Deus e dos seus direitos? Afinal, Deus não dá provas da sua existência por medo? E sendo ele eterno, como acabaria morto?

E, em Portugal, como seria vista uma adesão de Deus a um Sindicato filiado na CGTP-IN (pois, só assim faria valer os seus direitos)?

21/09/2008

Obrigado, Sr. Provedor!

O Sr. Provedor do Leitor do Diário de Notícias, Mário Resendes, escreve, na edição de 20 de Setembro, um texto intitulado «Nova Ronda de Queixas de Simpatizantes do PCP», versando sobre as queixas comunistas relativas ao silenciamento de iniciativas e tomadas de posição do seu Partido ou sobre a ausência de de colunistas próximos do PCP nas páginas de opinião dos principais jornais.

A pedido do Provedor, o Director do DN comentou as queixas sobre a cobertura jornalística da Festa do Avante, argumentando de forma brilhante que não existe censura, existe «escolha jornalística».

«Escolha jornalística» é assumir como prioritário uma intervenção de Manuela Ferreira Leite (que depois de tanto tempo calada, não disse nada) numa iniciativa que juntou uma centena de «universitários» sociais-democratas, face a uma construção colectiva que envolve milhares, um acontecimento sem paralelo na vida política nacional, um comício que juntou largas dezenas de milhares, uma intervenção do Secretário-Geral do PCP que propôs uma ruptura como as políticas e o modelo de desenvolvimento posto em prática, durante três décadas, por PS e PSD e cujos resultados estão à vista.

«Escolha jornalística» é também a ausência de colunistas próximos do PCP (questão sobre a qual não diz uma palavra).

É claro que não existe censura, é claro que não se silencia ou menoriza o PCP e as suas iniciativas. É tudo fantasia

O que existe é a mania da perseguição e a incomprensão dos «parâmetros de marcação da agenda político-mediática que hoje comandam o tratamento jornalístico da actividade política».

Aliás, o Sr. Provedor, pessoa bondosa e dada a estas coisas da democracia, recorda os comunistas: «E convirá recordar aos comunistas que toda a actividade e posições públicas do PCP têm, no Portugal democrático dos nossos dias, uma cobertura jornalística que não tem comparação com o que acontecia, nos ex-países comunistas, com as opiniões daqueles que se opunham ou criticavam o regime».

Muito obrigado, Sr. Provedor!

Afinal, cá está a confirmação da superioriade moral da comunicação social burguesa que ainda vai admitindo a ousadia do PCP se opor e criticar este sistema.

Afinal, cá está a confirmação (como se ela fosse necessária) da categoria deste Sr. Provedor e da forma como se utiliza das páginas do «seu» jornal para dar largas ao seu anti-comunismo e revelar que a sua democracia e o seu pluralismo têm limites: É preciso dosar a quantidade de notícias potencialmente subversivas.
Nas páginas do DN a receita é - notícias sobre comunistas sim, mas não muitas, a não ser que o assunto seja a morte do comunismo, crises internas, cisões, traições ou coisas do género.

O Sr. Provedor cá estará para nos recordar que não nos podemos queixar muito, tendo em conta que em «ex-países comunistas» quem se opunha ao regime ainda menos cobertura jornalística tinha.

Obrigado, Sr. Provedor!

No entanto, vamos continuar a dar-lhe boas notícias para não serem publicadas: vamos continuar a mobilizar os trabalhadores para a luta contra a exploração e a opressão, vamos continar a denunciar as políticas de PS e do PSD e a sua subordinação aos grandes grupos económicos, vamos continuar a denunciar todos os Srs. Provedores que por aí andam.

18/09/2008

A Revolução Alastra!

Depois do início do processo de nacionalização da banca e dos seguros nos Estados Unidos da América, a fúria socialista está em crescendo. Agora, é a vez do revolucionário Governo Português, através do socialista Ministro da Economia, ameaçar intervir nos preços dos combustíveis.

Pode ser apenas impressão minha, mas estarão estes senhores a comprovar a falência deste sistema e dos mitos sobre o funcionamento dos mercados, sobre a auto-regulação, sobre as maravilhas da concorrência e por ai adiante?

17/09/2008

Onde estão eles?


Foto: Festa do Avante

Ao ler notícias sobre a intervenção estatal na economia norte-americana, para salvar grandes grupos financeiros, fiquei curioso por saber onde andam os lusos «liberais» que apregoam aos sete ventos os benefícios da economia de mercado, estranhando não os ver condenar esta intervenção «socializante».
É a velha máxima: «privatizar os lucros, nacionalizar os prejuízos».
De facto, como se podia ler na Festa do Avante, o capitalismo está longe de ser o fim da história!